; Mural de protesto: março 2008

sexta-feira, 7 de março de 2008

A guerra dos seis dias

mapa guerra seis dias Israel



Em junho de 1967, Israel invadiu a Faixa de Gaza, a península do Sinai no Egito, a Cisjordânia e as colinas de Golã na Síria, tornando-se, assim, uma potência ocupante e marcando o início de um conflito relâmpago cujas conseqüências perduram depois de 40 anos.

A denominada Guerra dos Seis dias mudou radicalmente o rosto do Oriente Médio e deu uma nova dimensão à questão palestina e às relações entre Israel e seus vizinhos.

Nas semanas e nos meses que antecederam a guerra, o Egito tinha bloqueado o Estreito de Tiran, impedindo o abastecimento de Israel pelo Mar Vermelho. Além disso, grupos armados palestinos atentaram contra os sistemas de irrigação no norte do país hebreu. Quatro comandos sírios foram interceptados em Israel.

Em 5 de junho de 1967, às 7H10, o exército israelense começou a ofensiva. Em cerca de 30 minutos, 200 caças-bombardeiros cercavam os ares e os blindados se dirigiam às zonas fronteiriças do Egito e Síria.

O primeiro-ministro de Israel, Levy Eshkol, enviou uma mensagem ao rei Hussein da Jordânia: "Não empreenderemos ações contra a Jordânia, a menos que seu país nos ataque".

O ataque jordaniano começou pouco depois do começo das hostilidades israelenses, atingindo Jerusalém, assim como localidades costeiras próximas a Tel Aviv. Esta intervenção acabou por provocar a invasão da Cisjordânia por parte do exército do Estado hebreu no terceiro dia de conflito.

A guerra terminou em 10 de junho. Além da Cisjordânia e do Leste de Jerusalém, Israel passou a ocupar as colinas de Golã na Síria e o monte Hermón - que fazia parte do território libanês e do sírio -, o Sinai e a Faixa de Gaza, até então sob ocupação egípcia.

O mundo árabe ficou abalado. O presidente egípcio Gamal Abdel Nasser foi derrotado e o desconcerto tomou conta da Síria e a Jordânia. Foi o fim do pan-arabismo e a aparição das primeiras sementes do islamismo, que se tornou uma alternativa para uma grande quantidade de mulçumanos na região e nos seus arredores.

Israel, entorpecido pela vitória, foi acometido por uma euforia sem precedentes.

"Existia esta percepção de invencibilidade e de retorno às origens da história judaica", garantiu Ilan Greilsammer, um cientista político israelense.

Este sentimento era baseado no messianismo. Os judeus "regressaram" aos lugares bíblicos: o muro das Lamentações foi anexado, assim como a Caverna dos Patriarcas em Hebron e o túmulo de José, em Nablus.

E a intenção israelense era permanecer, apesar da resolução 242 do Conselho de Segurança da ONU que exigia a retirada de Israel dos territórios ocupados.

Neste clima, nasceu o movimento de colonização, que em setembro de 1967 deu impulso à criação do primeiro assentamento na Cisjordânia: o Kfar Etzion, que ocupou o lugar de um velho kibutz (cooperativa agrícola), evacuado durante a guerra de 1948.

Desde então, 260.000 colonos estabeleceram 150 assentamentos na Cisjordânia. Em agosto de 2005, 8.000 deveriam ter se retirado da Faixa de Gaza por ordem do então primeiro-ministro Ariel Sharon.


A faixa de Gaza e a Cisjordânia

mapa faixa de Gaza
O conflito israelo-palestino envolve a disputa dos dois povos pelo direito à soberania e pela posse da terra ocupada por Israel e pelos territórios palestinos.

Tanto israelenses quanto palestinos reivindicam sua parte da terra com base na história, na religião e na cultura. Os israelenses, representados pelo Estado de Israel, têm soberania sobre grande parte do território, que foi conquistado após a derrota dos árabes em duas guerras --o conflito árabe-israelense de 1948 e a Guerra dos Seis Dias, de 1967.

Os palestinos, representados pela Autoridade Nacional Palestina (ANP), querem assumir o controle de parte dos territórios e estabelecer um Estado Palestino soberano e independente.

Grande parte dos palestinos aceitam as regiões da Cisjordânia e da faixa de Gaza como território para um futuro Estado palestino. Muitos israelenses também aceitam essa solução.

Uma discussão em torno dessa solução ocorreu durante os Acordos de Oslo, assinados em setembro de 1993 entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que permitiu a formação da ANP. No entanto, Israel e ANP não chegaram a uma posição comum.

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