A Burra Unanimidade

Estou sentindo-me hoje particularmente iluminado. Não é uma expressão egocêntrica e sim iluminista sacou? Sim, o Iluminismo de certa forma deu ares acabados ao que apenas se esboçara no Renascimento, refiro-me particularmente ao que diz respeito às liberdades individuais. Por conta disto posso escrever o que fatalmente desagradará gregos e troianos, amigos e inimigos, os de perto e os de longe, chegados ou desconhecidos. A aula de história acabou aqui. Se você está estudando, vá procurar algo mais sério para ler. Isto aqui vai virar escracho em poucas linhas.

Quero falar um pouco sobre a mesmice que tem tomado conta da sociedade moderna e informatizada. Será que o computador nos emburreceu? Será que o abandono dos livros em detrimento das mensagens exíguas e cifradas estão nos tirando a capacidade de pensar por nós mesmos? Os livros me ensinaram a questionar e julgar antes de qualquer juízo, mas vejo tão pouco disto nesses dias. Ok, estou ficando velho. Mais de 40!

Nestas férias pude me colocar a pensar um pouco mais e analisar alguns fenômenos dos nossos dias. Você que chegou até esta parte do texto vai discordar de quase tudo que vou escrever abaixo, mas a liberdade me permite tal exercício. Se quiser parar, a amizade continua. No problems!

1) Acho que sou o único ser vivo no planeta que não assistiu ao vídeo do Psy. Nem sei como se escreve o nome desse troço e nem vou pesquisar para não correr o risco de uma praga dessas ser executada sem minha autorização no meu computador. Não vi, mas sei que é ruim! Chame do que quiser: preconceito, velhice....Não há como aquele negócio ser bom, não vou ocupar espaço no meu lotado HD cerebral com uma aberração daquelas. É tão grave a coisa que, de tantas citações em reportagens, eu já devo ter visto, sem autorização quase uns 30 segundos daquela aberração musical. Com aquele figurino não há como ser bom, impossível. Digo mais, se o vídeo alcançar 6 ou 10 bilhões de assistências, proteste, diga que é mentira porque você conhece alguém que não viu o clip. Use este artigo para provar.

2) “Esse cara sou eu”. Se você curte o Roberto Carlos pare aqui por amor à nossa amizade. Roberto Carlos é o Rei de quê? Prestou mesmo atenção às letras desse cara? O figura é uma farsa. O picareta consegue repetir o mesmo show a 50 anos e ainda é chamado Rei. Escreveu uma música cujo trecho mais importante é: Meu calhambeque bibi! Uma das maiores mentiras da história da televisão brasileira é patrocinado pela Vênus platinada, que enfia goela a baixo um “especial” repetido a cada ano, para delírio dos fãs e bajuladores. O pau quebrando nos porões da ditadura e os caras cantando iê iê Iê, alienando o já alienado povo. Se algum dia você me surpreender assistindo uma porcaria dessas, chama a polícia porque estou sequestrado ou morto. Eu te avisei para não ler.

3) Com todo respeito aos 105 anos de vida da Dona Canô, não faz juz à estas exaltações todas, incluindo aí a senhora presidenta  (vou falar dessa senhora em outro post).

Meu, na boa, como diz o meu filho. Dona Canô ou Kanô foi mãe de Caetano Veloso e Maria Bethânia. Ponto! Vou deixar as críticas ao Caetano para um outro post. Enquanto isto leia o que foi o tropicalismo para entender o que direi outro dia. Mas tem um negócio que não posso deixar de falar. Você conhece alguém que goste de Maria Bethânia? Seja sincero. Já viste alguém comprar alguma música dela no iTunes ou comprar um CD da dita cuja? Procure no camelô um CD pirata da Maria Bethânia. Quem encontrar mande a foto que eu posto aqui.

Se eu te desse (juro que não é ameaça) um CD da Maria Bethânia, você ouviria? Falar da feiura dela seria pecado e quero ir para o céu, mas musicalmente é insuportável! Se você me desrespeitar no comentário deste post, eu juro que te envio um CD da Maria Bethânia. Tô falando sério.

4) Eu ia falar do Lulla, porque sou o único que acha que ele sabia do mensalão e da morte dos prefeitos de São Bernardo e Campinas.  Quase falei da Dilma Kirchener que, só eu vejo, que está afundando o país. Pensei em falar como também sou o único a achar que estão roubando o país com estes “grandes eventos” e explicar por que o Brasil vai perder a copa em casa. Eu até cogitei explicar porque torço contra a seleção brasileira de Futebol, mas isto me colocaria numa condição de isolamento total. Quero que pelo menos a minha mulher concorde comigo.

Pense!

“Quem pensa com a unanimidade não precisa pensar.” (Todos dizem que a frase é de autoria de Nelson Rodrigues, mas se todos dizem eu duvido)

Thank's Neil

"One small step for man, one giant leap for mankind"

Neil Armstrong. O símbolo de uma época

Olá pessoal. Há muito não faço uso deste espaço por diversas razões. Devo reconhecer que o maior motivo é a preguiça. Não estou excluindo os demais motivos que tem me impedido de postar aqui. Quero voltar devagar diversificando este blog  e inserindo outros textos.

A postagem de hoje é por conta do falecimento do astronauta americano Neil Armstrong. Sim, o primeiro homem a colocar os pés em outro corpo celeste morreu hoje nos Estados unidos.

Meu texto é de certa forma uma homenagem ao cara que levou naquela nave o sonho de bilhões de seres humanos. O mundo nunca mais seria o mesmo após 20 de Julho de 1969. Talvez alguém se pergunte qual a vantagem de se ir à Lua. Eu diria que o ato em si não significou muita coisa. Houveram comprovadamente progressos científicos decorrentes da pesquisa espacial, mas não vejo ai o grande legado. Na minha humilde opinião, a maior contribuição foi a consciência de que com força de vontade, determinação, e dinheiro (sim, neste caso temos que falar em dinheiro) pode-se fazer qualquer coisa.

O pouso de uma nave no conhecido satélite terrestre é indubitavelmente um feito notável de engenharia. A caríssima brincadeira povoou o imaginário de gerações por décadas.   Como Nerd na década de 80 lembro-me da frustração de não ter nascido a tempo de testemunhar tal fato. Todos um dia sonharam em viajar no tempo. Nem vou dizer que se fosse meso possível viajar no tempo que data eu escolheria para viajar. Você já pensou nisso?

Lembrei-me da minha indignação ao descobrir que meu pai não se recordava exatamente dos detalhes. Eu lhe disse: “como assim, o Sr. Não se lembra do evento mais importante da humanidade”. Observe que o conceito de importância varia de acordo com a idade e maturidade.

Poucos saberão que o Nerdão assumido Neil Armstrong salvou o programa Gemini ao transferir para o comando manual, com extrema competência, uma nave para lá de descontrolada. Pousá-la em segurança no pacífico salvou o programa Gêmini que antecedeu o badalado programa Apolo e o credenciou para ser homem à porta. O primeiro a sair e poder pronunciar: "One small step for man, one giant leap for mankind." Pouco ou quase nada se dirá da sua tranquilidade em pousar na lua a Apolo XI em segurança com míseros 15 segundos de combustível. Sim, a máquina mais moderna produzida pelo homem pousou na lua com apenas 1/4 de minuto de sobra de combustível. O restante todos sabem. A História fará justiça ao herói da corrida espacial. Ele foi o cara!

Valeu Neil. Eu, um dia, quis ser você!