SHEBARKUL, Rússia (AFP) - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou nesta sexta-feira a retomada imediata e permanente dos vôos estratégicos de bombardeiros russos, uma prática da Guerra Fria.
"Decidimos retomar os vôos estratégicos russos de forma permanente. Os aviões estarão no ar hoje à meia-noite", hora de Moscou, 20H00 GMT, declarou em Shebarkul, nos Urais.
"Em 1992, a Rússia pôs fim de forma unilateral a esses vôos (...) Infelizmente nem todos seguiram nosso exemplo, continuando com seus vôos", disse Putin, no que parece uma alusão aos Estados Unidos.
"Isto criou alguns problemas para garantir a segurança da Rússia", declarou.
"As patrulhas vão funcionar em zonas de intensa atividade marítima e econômica da Rússia", especificou o Presidente.
Este anúncio significa que a Rússia voltará a ter no ar, em todas as horas, seus bombardeiros habilitados para o transporte de mísseis nucleares.
Estes vôos de longo alcance foram suspensos em 1992, depois da queda da União Soviética, devido à falta de financiamento do Exército. Desde então a Rússia limitou-se a realizá-los de forma episódica.
Os Estados Unidos reagiram com desdém ao anúncio.
"É uma decisão que cabe a eles tomar; é interessante", limitou-se a dizer o porta-voz do Departamento de Estado americano, Sean McCormack, aproveitando para lembrar que os russos possuíam "velhos aparelhos".
Putin fez o anúncio em Shebarkul, onde assistia junto com o presidente chinês, Hu Jintao, a uma série de manobras militares espetaculares da Organização de Cooperação de hangai, que aspira a ser um marco ante os Estados Unidos e a Aliança Atlântica (Otan).
A Rússia havia multiplicado nas últimas semanas as saídas de seus bombardeiros.
No dia 20 de julho foram avistados pelo exército norueguês no mar do Norte e no começo de agosto sua passagem fez soar os alarmes dos radares americanos no Pacífico.
Nesta semana, a aviação russa realizou manobras sobre os oceanos Atlântico e Pacífico, assim como no Pólo Norte, para disparar mísseis cruzeiro.
Ivan Safrantchuk, especialista militar do Centro para as Informações de Defesa em Moscou, interpreta a decisão de Putin como um sinal adicional da intenção da Rússia de recuperar sua supremacia.
"Agora há dinheiro. E para a Rússia, o que importa, é o equilíbrio de forças, e voltar a ser igual aos demais, principalmente aos Estados Unidos", estimou, minimizando o perigo de uma volta à Guerra Fria.
* Esse assunto está no contexto da guerra fria que aparentemente está sendo retomada.Releia a apostila da 4ª remessa, lição 11 e página A104.
Um comentário:
Jailson, os não quero justificar a decisão russa mas os vôos de borbardeiros estratégicos dos EUA, nunca foram paralizados, a Russia os interrompeu mais por uma questão de economia de gastos. Os dois grupos de paises continuam com suas armas apontadas. Os acordos de desarmamento promovido entre as duas Repúblicas ocorreram mais para tirar material obsoleto e colocar novos artefatos, mais precisos, mais destrutivos e menos custosos.
A aparente paz mundial é uma grande farsa alimentada por quem considera a história mundial encerrada com o capitalismo.
Como diz Hobsbawm, "a "Bella Epoque" foi um momento de paz sem precedentes, seguido por um momento de guerras igualmente sem precedentes".
Parabéns pelo blog, esta muito bom.
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